Vitiligo: especialista em dermatologia explica doença que virou assunto nas redes sociais

Vitiligo: especialista em dermatologia explica doença que virou assunto nas redes sociais
26/01/2022

Nos últimos dias, o termo ganhou bastante visibilidade por causa de uma das participantes do BBB 22, que tem a doença

 

No fim de semana, foram divulgados os nomes dos participantes da nova edição do Big Brother Brasil e a integrante Natália Deodato, de 22 anos, do grupo Pipoca, fez com que o termo “vitiligo” tivesse um aumento de pesquisas no buscador do Google.

A mineira é a primeira participante do reality a ter essa condição que, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, em estudo realizado em junho de 2019, afeta 1% da população mundial e 0,5% da população brasileira.

Segundo a médica Flávia Villela, especialista em Dermatologia, o vitiligo é uma doença caracterizada pela perda de coloração da pele, devido à destruição de melanócitos, células que formam a melanina e que dão pigmentação ao nosso corpo.

“Geralmente, ela se desenvolve por tendências genéticas, mas existem indícios de que a doença tenha origem autoimune e possa ser causada pelas próprias reações do corpo, como condições emocionais de estresse e traumas psicológicos”, afirma a médica.

PRINCIPAIS SINTOMAS

Mesmo sendo uma doença, o vitiligo não apresenta qualquer outro sintoma além das manchas esbranquiçadas, mas o que preocupa, de fato, os dermatologistas, são as condições mentais do paciente diagnosticado com a patologia.  

Para Flávia Vilella, como a doença afeta diretamente a aparência das pessoas, é sempre importante buscar um profissional de saúde mental, para que ele possa auxiliar no tratamento.

“É muito importante frisarmos que o vitiligo é uma doença como qualquer outra. Por isso, é importante que as pessoas sempre busquem um profissional adequado para que, juntos, possam administrar o tratamento da melhor forma.”

Apesar de não existirem sintomas, algumas pessoas relatam sentir dores e sensibilidade no local afetado. Quando o vitiligo é detectado, o médico deve classificá-lo entre dois tipos: o segmentar ou unilateral, e o não segmentar ou bilateral.

“O tipo segmentar ou unilateral se manifesta em uma parte do corpo apenas, e costuma aparecer quando o paciente ainda é jovem. Neste tipo, os pelos e cabelos também podem sofrer com perda de coloração. Já o não segmentar ou bilateral é o que estamos mais acostumados a ver. Ele se manifesta nos dois lados do corpo, possui ciclos de perda da cor e períodos de estagnação, que ocorrem durante toda a vida do paciente”, declara a especialista.

 

TRATAMENTOS

A doença é incurável, mas, com o avanço da tecnologia no tratamento de doenças, é possível interromper o aumento das lesões na pele. O paciente também consegue, com medicamentos, induzir a repigmentação das áreas afetadas.

Segundo a especialista, “medicamentos como tacrolimo, derivados de vitamina D e corticosteroides são exemplos de medicações que ajudam no tratamento da doença.”

Outras opções são a fototerapia com radiação ultravioleta A (PUVA), técnicas cirúrgicas ou até mesmo transplantes de melanócitos. “É importante também que o paciente não acredite em medicamentos ou procedimentos milagrosos. Como sabemos, a doença é incurável, e utilizar esses métodos pode causar frustração e agravamento da doença.”