BETO BELLINI
O anúncio de tarifas adicionais por parte do governo Donald Trump sobre produtos brasileiros — em especial aço, alumínio e derivados — acende um alerta que vai além da economia: é uma questão de soberania e de futuro nacional. Essas medidas protecionistas, conhecidas popularmente como “tarifaço”, visam proteger setores industriais norte-americanos, mas afetam diretamente nossa produção, nossos empregos e a competitividade internacional do Brasil.
Não é a primeira vez que a economia brasileira enfrenta barreiras comerciais impostas por potências estrangeiras. Ao longo da história, aprendemos que a resposta mais eficaz não é a fragmentação, mas sim a união. Quando produtores, trabalhadores, governo e consumidores falam a mesma língua, a força política e econômica do país se multiplica.
Sempre que nos unimos, superamos adversidades e saímos mais fortes. Agora não é diferente. É hora de deixar de lado divisões políticas e rivalidades internas para proteger o que é nosso: a produção nacional, os empregos, as indústrias e a dignidade do Brasil no cenário mundial.
Essa unidade é vital para que o Brasil possa negociar de forma firme, diversificar mercados e agregar valor à sua produção. É hora de fortalecer nossas indústrias, investir em tecnologia e inovação, e criar políticas públicas que blindem nossos exportadores contra oscilações e pressões externas. Ao longo da história, nosso povo já enfrentou crises, boicotes e pressões externas. Precisamos agir com inteligência e firmeza.
O protecionismo norte-americano não deve ser encarado apenas como ameaça, mas também como oportunidade. É o momento de acelerar acordos comerciais com outras nações, estreitar laços com parceiros estratégicos e investir no mercado interno. Quanto mais competitiva e diversificada for nossa economia, menor será o impacto de sanções unilaterais.
O Brasil não pode depender de um único parceiro que, a qualquer momento, levanta barreiras para nos enfraquecer. Isso significa apoiar nossos exportadores, diversificar mercados, buscar acordos comerciais estratégicos e, principalmente, fortalecer o consumo e a produção interna.
Cada brasileiro — do pequeno agricultor ao grande industrial — tem um papel nesse enfrentamento. Comprar produtos nacionais, valorizar nossas marcas, pressionar por políticas industriais robustas e defender nossa economia são atitudes concretas que fortalecem a nação.
Unidos, vamos mostrar que o Brasil é grande demais para ser colocado de joelhos. O povo brasileiro sempre se destacou por sua capacidade de superar desafios. Agora, mais do que nunca, precisamos dessa energia coletiva. A defesa dos interesses da pátria não é tarefa exclusiva do governo ou do setor empresarial — é responsabilidade de todos nós. Unidos, somos mais fortes, mais resilientes e mais capazes de garantir que o Brasil ocupe o lugar de destaque que merece no comércio internacional.
Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em Administração, professor do curso de Gestão Empresarial da Fatec/STZ e da Unip/RP, membro da Asel – Academia de Letras de Sertãozinho.