Suicídio

Era um moço lindo! Prestativo, atencioso. Porém,  havia enveredado pelo mundo das drogas. Talvez a perda da mãe, angústias que não revelava a ninguém... Apesar de ter entrado no vício, não gostava daquela dependência e de deixar frustrados seu pai e suas irmãs com o comportamento que apresentava quando se drogava. Chegou a ser internado, mas, ao voltar, os mesmos amigos e rotina o levaram de volta às drogas.

Não suportando mais a carga, pôs fim à própria vida, deixando sua família e amigos numa tristeza imensa. E com a pior sensação do mundo - a de incapacidade de ter ajudado aquele menino!

Durante a minha vida, acompanhei várias histórias como a do vizinho da rua... Tristezas, conflitos internos,  problemas que pareciam insolúveis. Um número muito grande de pessoas queridas que não puderam, não conseguiram carregar seus fardos pesados demais e desistiram.

Nunca tentei classificar ou julgar quem tira a sua vida porque sei que há momentos em que pode parecer que não existe solução naquela hora e para aquela dor que a acomete. Mas há uma quantidade grande de gente que sempre tem sua resposta: "falta de fé ", "não tem Deus", "fraqueza"... E tantas suposições, muitas vezes até pra tentar se desculpar por não ter visto o processo pelo qual aquela pessoa passava, não ter conseguido fazer nada.

Pra mim, o suicídio é um grito de silêncio da vida. Uma dor tão forte que chega ao limite. Um desalento diante de tantas misérias...

Eu consigo ver e sentir a dor de quem não encontra mais solução na própria vida e prefere a morte.

E  o pensamento suicida muitas vezes me rondou, ainda que não de forma clara e absoluta, mas nas manifestações de cansaço imenso diante de alguns absurdos humanos, de atrocidades como guerras ceifando crianças e milhões de inocentes ao redor do mundo... Há situações em que nossa incapacidade de interferência nos leva a uma dor gigante.

Por isso, precisamos tanto uns dos outros. De mãos que se entrelacem,  de olhares carinhosos e acolhedores. De gente que saiba o que é escutar sem interferir! Como bem ensinou Rubem Alves, temos tantos cursos de "Oratória", está na hora de fazermos um especial de "Escutatória".

Basta observar nossa reação diante da dor alheia. Quantas vezes alguém menciona uma dor que está sentindo e nós imediatamente respondemos com uma dor nossa... Sempre parece que o que nos acomete é maior do que o que se passa com a outra pessoa...

Ouvir a dor do outro e oferecer ombro, colo, afeto, neosaldina ou dipirona quando for o caso... Sem tentar solucionar nada. Por vezes, apenas o que a outra pessoa precisa muito é ser recebida, ouvida com afeto e carinho.

Muitas vezes, podemos dissuadir pensamentos suicidas nos outros e até na gente, apenas com a maior capacidade que possuímos, a de amar incondicionalmente! Com um colo e um abraço!

Não é só no setembro amarelo que precisamos ficar atentos. É a cada momento em que nos deparamos com outra vida humana.

Todos estamos atravessando dias difíceis, desafiadores, necessitando de atenção,  entusiasmo,  novas cores!

Estejamos dispostos a ouvir e ser ouvidos.

Dar e receber!

Bem viver!

Muito Amor e Luz pra você!

Cristiane Framartino Bezerra

Historiadora de Religiões, Escritora, Angelóloga, Celebrante, Cerimonialista, Produtora Cultural

Atendimento Angélico presencial em Ribeirão Preto e Sertãozinho e à distância!

Agendamento: 16 999941696 ou

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