BETO BELLINI
No ambiente dos cargos públicos e privados, é comum encontrar indivíduos que buscam se destacar às custas do trabalho alheio, apropriando-se de méritos de terceiros e fomentando intrigas para ascender na hierarquia. Essas práticas não apenas comprometem a integridade das instituições, mas também minam a confiança entre os servidores e a eficiência do serviço.
A apropriação indevida dos méritos de trabalho alheio é uma forma de desonestidade que compromete o reconhecimento justo e a motivação no ambiente de trabalho. Essa prática pode ser considerada uma violação dos princípios éticos como a moralidade e a impessoalidade, para atendimento de interesse particular.
O assédio moral é caracterizado por comportamentos repetitivos que visam desestabilizar emocionalmente o outro, como a desqualificação pública, o isolamento social e a imposição de tarefas humilhantes. Essas práticas podem ser utilizadas por indivíduos que desejam eliminar concorrentes ou consolidar seu poder, criando um ambiente de trabalho tóxico e prejudicial à saúde mental das pessoas.
O maquiavelismo, no contexto organizacional, refere-se à manipulação e exploração de outros para benefício próprio. Indivíduos com altos níveis dessa característica tendem a utilizar estratégias como bajulação, engano e coerção para alcançar posições de liderança, muitas vezes em detrimento da ética e do bem-estar coletivo.
O clientelismo e o coronelismo são práticas que envolvem a troca de favores e a concentração de poder nas mãos de poucos, comprometendo a equidade e a meritocracia. Essas práticas perpetuam estruturas de poder baseadas em interesses pessoais, em vez de promoverem uma administração eficiente e justa.
Atos como a apropriação de méritos alheios, o assédio moral e o uso indevido do cargo para benefício próprio podem configurar infrações administrativas e até mesmo crimes, como a prevaricação, que é o ato de retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Para combater essas práticas nocivas, é fundamental que as instituições promovam uma cultura organizacional baseada na ética, transparência e respeito mútuo. Isso inclui a implementação de políticas claras contra o assédio moral, programas de capacitação em ética profissional e mecanismos eficazes de denúncia e apuração de condutas inadequadas.
Em suma, a busca por reconhecimento e ascensão profissional deve estar alinhada com os princípios éticos e legais que regem o serviço. A integridade e o respeito pelos colegas são essenciais para a construção de instituições justas, eficientes e comprometidas com o bem comum.
Querer crescer usurpando o trabalho alheio, fazendo jogos e usando mentiras para justificar os atos, é sinal de baixa qualidade moral. Assim, precisamos de muitas orações por essas pessoas.
Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em Administração, professor do curso de Gestão Empresarial da Fatec/STZ e da Unip/RP, membro da Asel – Academia de Letras de Sertãozinho.