Que venham as pedradas

08/08/2022

É muito difícil para nós, comentaristas, acharmos as palavras neutras para que o leitor/a não ache que somos tendenciosos (pois não queremos ser). É claro que, às vezes, ou a gente erra, porque é difícil achar a palavra certa, ou o leitor/a lê com má vontade ou, pior, imbuído de seus próprios valores, não quer enxergar duas coisas. Primeiro: pretendemos ser imparciais. Segundo: acha que estamos criticando o seu candidato/a. Quanto a nós, aceitamos humildemente as críticas (é o dever de todo comentarista) e aprendemos com o velho Schopenhauer que “a crítica é um remédio amargo que devemos tomar todos os dias”. Por isso aceitamos as pedradas de ambos os lados, pois, apesar de o Brasil ter de verdade ou falsamente vários candidatos, sabemos que apenas duas candidaturas têm chance (o que julgamos muito bom para o país).

A população brasileira terá neste mês de outubro a chance de escolher duas propostas realmente diferentes. De um lado, Jair Bolsonaro, que vinha perdendo espaço entre os eleitores, reagiu de maneira inteligente (Novamente, não estamos aqui torcendo por ninguém. Apenas percebemos, como comentaristas, que, ao ler as pesquisas, a elite bolsonarista soube dar as respostas necessárias para o seu crescimento nas pesquisas). Em primeiro lugar, aproximou-se do centrão, que ele próprio criticava em 2018, mas nós já escrevemos várias vezes neste espaço que, sem o Centrão, praticamente criado por Campos Sales em 1902, ninguém governa.

O próprio Lula rendeu -se ao Centrão, quando o jornal “O Estadão” começou a denunciar o mensalão. Bolsonaro foi inteligente ao baixar o preço da gasolina e entrar na seara de Lula com o “Auxílio Brasil”. Lula, por sua vez, atacará o problema da fome, que ainda cresce nesse país, tentando evitar a discussão sobre a corrupção. Além disso, o PT deve fugir da discussão das discussões morais. Como já escrevemos neste espaço, logo em janeiro, 2022 está sendo, em grande parte, um ano perdido, pois ambos os lados só pensam “naquilo”, a eleição.

Já o povo só prestará atenção na questão eleitoral a partir de 29 de agosto, quando começar a “maldita” propaganda eleitoral na televisão, pois, embora os modernos acreditem nas plataformas digitais, é a TV que chama atenção da grande massa. Por isso mesmo, vemos com bons olhos essa divisão do país. Será a mais importante eleição de todos os tempos, pois é preciso definir e, se possível, de uma vez para sempre, se esse país está preocupado com a distribuição de renda feita pelo Estado ou se estamos preocupados com as questões morais. Ainda que os políticos que vocês sabem muito bem quem são, no desejo por votos, entrem um no

programa do outro. Vejamos:

- Bolsa família e auxílio emergência são questões lulianas.

- Aproximar-se do centrão e buscar apoio entre os grandes empresários deveria ser coisa dos bolsonaristas, mas quem o está fazendo são os lulianos.

Apesar de toda essa confusão política, acreditamos que o povo brasileiro saberá escolher o melhor para si e para a Pátria. Antes de nos despedirmos e reiterando que aceitamos todas as críticas, faremos aqui uma brincadeira de mau gosto. As eleições deveriam ser antecipadas pois os economistas não estão preocupados com a inflação, o desempenho e a taxa de juros. Portanto, renovamos todas as esperanças no povo brasileiro e no ano de 2023.

 

Prof. Egydio Neves Neto

Prof. Renata Neres