Pulmão e o Covid

Pulmão e o Covid
25/01/2021

1- Por que o pulmão é o órgão mais afetado pelo COVID?

 O coronavírus é um vírus essencialmente respiratório. Para que ele entre nas células do seu organismo e se multiplique causando a doença, ele precisa ligar uma proteína da sua superfície chamada spike a um receptor celular que é o receptor ACE2. Esses receptores estão amplamente distribuídos na superfície das células do trato respiratório, por isso esse é o mais afetado. Além disso, o sistema respiratório ao lado da pele é aquele que tem mais contato com o meio externo e consequentemente sofre mais ação dos microorganismos presentes no ar

 2- Quanto tempo ficamos imunes? Quanto tempo após a doença devo avaliar meu pulmão?

 Ainda não temos essa resposta. Embora saiba-se que quem desenvolveu a doença fica imune pela produção de anticorpos e células de defesa por um determinado período, não sabemos quanto tempo isso dura. Por isso mesmo que você já tenha tido a doença é fundamental a manutenção das medidas preventivas e a vacinação. A avaliação pulmonar após a doença deve ser feita em casos de pneumonia viral documentada e pode ser feita após a recuperação do quadro

 3- Por que uns pacientes apresentam quadros leves e outros tão graves?

 Isso depende de uma série de fatores que ainda estão sendo descobertos. Na grande maioria das vezes, a resposta imunológica do organismo é capaz de controlar a infecção sem maiores repercussões, mas em pequena parte ocorre uma exacerbação inflamatória em resposta ao vírus no organismo que leva a danos importantes em órgãos especialmente o pulmão. Não se sabe ainda, porque algumas pessoas apresentam esse comportamento, pode estar associado a fatores genéticos, diferentes cepas virais, falha no sistema imunológico entre outras. Esse é o maior desafio ao tratamento da doença até aqui

 4- Para avaliação pulmonar deve ser feito um Raio X de tórax ou tomografia? O que difere?

 Nem sempre os exames de imagem são necessários para a avaliação pulmonar na COVID. Só devem ser indicados na suspeita de acometimento pulmonar pela doença, especialmente quando o paciente apresenta falta de ar e queda na oxigenação sanguínea. A tomografia tem uma sensibilidade maior para a detecção das alterações pulmonares da COVID em relação ao Raio X de tórax. Mas deve ser feita somente em situações específicas.

 5- A vacina começa nos grupos prioritários, isso pode diminuir o número de casos? Muda o cenário da pandemia?

 Sim, a vacina é a única forma de vencermos uma pandemia viral. E ela deve ser uma ação coletiva, ou seja, todos salvo contra indicações devem tomá-la. Não adianta um pequeno grupo ser vacinado e outros não. O vírus continuará circulando, causando doença e sofrendo mutações. Os grupos prioritários serão os profissionais de saúde que estão na linha de frente e os idosos, que são o grupo que mais morrem e internam pela doença. A expectativa é que vacinando esses grupos tenhamos uma redução das formas graves da doença e consequentemente possamos desafogar os hospitais e os leitos de internação. Até que tenhamos toda a população coberta pela vacina.