Podcast Dra. Rita Tonielo entrevista Luciano Rodrigues, da Unica, na Fenasucro 2025

Durante a Fenasucro 2025, a Dra. Rita Tonielo conversou com Luciano Rodrigues, diretor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), sobre o papel institucional da entidade, o cenário do setor sucroenergético e as perspectivas para a bioenergia no Brasil.
Luciano destacou que a feira vai além de reunir empresários:
“É um momento importante para mostrar aos tomadores de decisão a importância tecnológica, social e ambiental do setor, apresentando o benefício de toda a produção de açúcar e energia.”
Formado em engenharia agronômica e administração, Luciano atua desde 2007 no setor e hoje é responsável pela área de inteligência setorial da Unica, abrangendo estatísticas, economia, políticas públicas e normas regulatórias, além de questões ambientais e de bioeletricidade.
Posição sobre tarifas e comércio internacional
Sobre as discussões tarifárias envolvendo o etanol, Luciano explicou que o impacto das barreiras impostas pelos Estados Unidos é pequeno para o Brasil:
“A maior parte do nosso etanol é consumida domesticamente. Apenas 6% ou 7% da produção é exportada e, para os EUA, esse volume representa de 1% a 2%. Nosso posicionamento é de reciprocidade: assim como temos barreiras para exportar açúcar para lá, defendemos a manutenção de tarifas para o etanol importado.”
Ele ainda ressaltou que o etanol brasileiro tem pegada de carbono menor que o norte-americano, reforçando a vantagem ambiental do produto nacional.
História da Unica
Luciano lembrou que a Unica surgiu no período de desregulamentação do setor, da fusão entre a Associação das Indústrias de Açúcar e a Sopral (que representava produtores de etanol).
“Ao longo do tempo, empresas que faziam só açúcar passaram a produzir etanol e vice-versa. O setor entendeu que era mais estratégico atuar unido.”
O papel da Fenasucro
Para ele, a feira é um momento especial para troca de informações e contato com inovações, mas também para atrair líderes políticos e influenciadores de opinião, reforçando a importância institucional do setor.
Além da feira, acontece paralelamente a Fenabil, que reúne especialistas de diversas áreas para discutir o futuro da indústria, novos mercados e inovações tanto no campo quanto na área industrial.
Brasil como potência energética
Luciano reforçou que o Brasil tem potencial para ser referência mundial em energia sustentável:
“No passado, éramos só açúcar e etanol. Hoje, temos bioeletricidade, biogás, biometano, e vislumbramos combustíveis sustentáveis para aviação e uso do etanol em biobunker. A bioenergia já representa 60% da energia renovável do país e 20% de toda a energia consumida no Brasil.”