AMÉRICO PERIN
As revoluções geralmente têm motivações comuns. Algumas são originadas por causas ligadas às estruturas sociais. Mesmo negando a oportunidade de uma educação formal de boa qualidade às pessoas, alguns governantes, até por eles também não serem possuidores de alto nível de escolaridade, esquecem de que a inteligência é nata à maioria das pessoas e essas ganham muito com a experiência de vida e também possuem algum senso crítico.
Elites que conhecem a prosperidade como fruto do seu trabalho formam a classe média, como é conhecida, que cresce cada vez mais. Têm uma melhor educação, começam a entender melhor os movimentos e decisões dos políticos e passam a analisá-los, agora já com senso crítico próprio, não aceitando mais com passividade narrativas desprovidas de verdades.
A população revoltada movimenta-se vagarosamente, porém com firmeza, exigindo uma melhor postura de autoridades corruptas. Argumentos em prol da reforma social começam a ser apresentados. Intelectuais divulgando suas ideias pelos meios disponíveis inspiram esses argumentos, mas diferem quanto a conclusões sobre questões políticas, sociais e econômicas. E aí o perigo, pois uma revolução parece necessária para aplicar as ideias de forma que se juntem numa mesma direção, e para isso tudo uma forte crise política parece ser o estopim.
Embora o debate acadêmico continue na procura de soluções pacíficas, a classe média se ressente de sua exclusão do poder político. Os produtores rurais absolutamente cientes de sua situação, cada vez mais mostram seus descontentamentos para apoiar o sistema político e oneroso.
Enquanto tudo isso acontece, um longo período de dificuldades econômicas, causado pela incompetência dos governantes, agrava a inquietação existente; e os políticos mostram-se incapazes de se adaptar às pressões políticas e sociais que estão sendo exercidas sobre eles.
Bem, o final dessa história foi que a paciência do povo num determinado instante acabou e o rei Luís XVI foi levado à guilhotina.
A Revolução Francesa foi um movimento revolucionário que abalou a França entre 1787 e 1799 e atingiu seu primeiro clímax em 1789 — daí o termo convencional “Revolução de 89”. Diz-se que, até hoje, fatores parecidos ainda servem de inspiração a outros países.
LEGENDA:
A execução de Luís XVI em 1793