BETO BELLINI

O Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros, para 14,75% ao ano. Como consequência, empréstimos, financiamentos e parcelamentos devem ficar mais caros
A Selic é a taxa básica de juros da economia: quando está baixa, favorece o consumo; quando está alta, gera efeito contrário. Esse mecanismo é utilizado para controle da inflação. Quando a Selic sobe, o custo do dinheiro aumenta. Com a Selic em patamares elevados, o crédito se torna mais caro tanto para consumidores quanto para empresas.
Financiamentos atrelados à taxa Selic ou ao índice dos CDIs (Certificados de Depósitos Interbancários) vão ser os mais afetados. Para quem está pensando em comprar um carro, financiar um imóvel ou mesmo usar o rotativo do cartão de crédito, o impacto é direto no bolso. As parcelas aumentam, e o acesso ao crédito fica mais restrito. Financiamentos, capital de giro e renegociações passam a ter um custo mais alto, o que pressiona ainda mais empresas que já operam com margens apertadas ou com algum grau de endividamento.
Famílias endividadas e empresas que dependem de capital de giro devem ser as mais impactadas. Entre as empresas mais afetadas, estão aquelas ligadas aos setores de varejo e construção civil. Nelas, a alta dos juros compromete o fluxo de caixa dessas companhias e acelera processos de inadimplência ou reestruturação.
Para os consumidores, especialmente aqueles com dívidas de juros variáveis, o aumento da Selic significa parcelas mais altas e maior dificuldade em manter as contas em dia.
Famílias com renda de até três salários mínimos devem ser os mais impactados com a alta da taxa Selic. A classe mais pobre não dispõe de dinheiro para poder investir.
E o lado do poupador, aquele que deseja aplicar seu suado dinheiro? Para quem quer aplicar R$ 1.000,00, algumas simulações Para um ano. Poupança: R$ 1.073,40, Tesouro Selic: R$ 1.117,20; e CDB entre R$ 1.087,90 e R$ 1.134,80. Mas qual o ganho real, descontada a inflação, hoje prevista em 5,53% ao ano? A poupança R$ 17,20, tesouro R$ 58,70 e CDB entre R$ 30,90 e R$ 75,30.
Outra possibilidade de controle da inflação é o aumento da produção, gerando mais produtos. Esse excedente de oferta também ajuda na redução dos preços. Mas também gera emprego e renda, o que pode gerar aumento no consumo.
Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em Administração, professor da Fatec Sertãozinho e Unip RP, membro da ASEL - Academia Sertanezina de Letras. A Fatec está com inscrições abertas para o processo seletivo. Acesse https://vestibular.fatec.sp.gov.br