AMÉRICO PERIN

Noite italiana no teatro municipal em Ribeirão Preto
06/10/2025

Com mais de 400 pessoas no teatro e ainda considerando-se que o concerto deu-se num meio de semana, a Orquestra Jovem de Sertãozinho, liderada pelo maestro Américo Perin, trouxe ao palco canções como “Funiculì Funiculà“, “O Sole Mio“, “Roberta“, “Volare“ e “Dio come te amo“, com coreografias interpretadas pelos bailarinos do grupo Folk Dante Alighieri, para comemorar os 151 anos da Imigração Italiana para o Brasil.

A imigração: no século XVIII, pequenos grupos de italianos (comerciantes, artesãos, missionários) se estabelecem em cidades costeiras do Brasil, mas ainda sem imigração em grande escala. As primeiras chegadas organizadas aconteceram no século XIX, nos anos 1820 e 1850, mais precisamente. Alguns italianos chegaram após a independência do Brasil (1822), frequentemente como trabalhadores qualificados. E 1874 (21 de fevereiro) é considerado o início oficial da imigração italiana em massa, quando desembarcam em Vitória, Espírito Santo, para trabalhar nas plantações de café. E em entre 1870 e 1880, o Brasil recruta ativamente imigrantes europeus para substituir a mão de obra escrava, especialmente na economia cafeeira de São Paulo e os italianos se tornam o maior grupo vindo da Europa.

A grande onda aconteceu entre 1880 e 1920. De 1880 a 1900, aconteceu o pico de imigração: mais de 1,5 milhão de italianos chegam, principalmente do norte da Itália (Vêneto, Lombardia, EmíliaRomanha). Em 1888 , com a abolição da escravidão no Brasil, aumenta a demanda por mão de obra imigrante, e nos anos 1890 as plantações de café de São Paulo absorvem a maioria dos trabalhadores italianos. Em 1902, o Decreto Prinetti na Itália proíbe a emigração subsidiada para o Brasil devido a relatos de más condições de trabalho nas plantações. A imigração diminui, mas continuou de forma privada.

A Integração Urbana: a partir de 1920 a 1940, os italianos mudam cada vez mais das plantações rurais para cidades como São Paulo, trabalhando em fábricas, construção e comércio. Os bairros italianos (por exemplo, Bixiga, Mooca, Brás, em São Paulo) florescem com vida cultural, teatros e sociedades de ajuda mútua. No período Pós-Guerra, de 1945 a 1960, ondas menores de italianos chegam após a Segunda Guerra Mundial, frequentemente profissionais e empreendedores. As comunidades ítalo-brasileiras se consolidam, com forte influência na política, culinária, música e futebol. Hoje, o Brasil abriga a maior comunidade italiana fora da Itália.

 

O impacto dos italianos na cultura brasileira:

- Na culinária: pizza, massa, polenta e vinho tornaram-se pilares da cultura alimentar brasileira.

- Na língua: dialetos como o Talian ainda sobrevivem no sul do Brasil.

- Nos festivais: festivais italianos (festa italiana) são comuns em São Paulo, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

- Nos esportes: imigrantes italianos ajudaram a moldar os clubes de futebol brasileiros, como Palmeiras e Cruzeiro.

- E nas artes, as tradições operísticas e espetáculos como os de quarta-feira passada, dia 24 de setembro, no Teatro Municipal de Ribeirão Preto, com o Concerto E Eles Chegaram. O espetáculo, que teve parceria com o Instituto Casa da Memória Italiana, contou com a presença do Coro Memorie d’Itália, o Grupo de Dança Folk Dante Alighieri e a Orquestra Jovem de Sertãozinho.