AQMÉRICO PERIN
As mudanças de rota frequentes para despistar o controle do tráfico fazem com que o policiamento enfrente um combate desafiador.
Muito se fala nos meios de comunicação sobre dois países do nosso continente que produzem a droga e usam o nosso como “parceiro” de distribuição para levá-la à Europa e Estados Unidos através do mar e aeroportos...
A fiscalização está ativa, porém, quanto mais recrudesce sua ação, mais os traficantes usam novas formas e até rotas para entregar o produto do narcotráfico aos consumidores. Além de rotas marítimas e aéreas, os criminosos alternam com outras, colocando pequenas vilas e suas populações refém dos traficantes. Até tuneis subterrâneos já foram construídos para esse fim e as consequências dessa prática são perfeitamente previsíveis....
Mas não é só a rota. Os métodos de transporte e disfarce também mudam. O narcotráfico usa submarinos, drones ou até mesmo disfarçam a droga em produtos lícitos. A criatividade dos traficantes, que infelizmente é usada para o mal, é muito grande. Chega a despachar droga embutida em frutas! E, atualizando-se constantemente, os narcoprodutores oferecem ao mercado consumidor novas drogas sintéticas com todo seu alto poder destruidor do cérebro e sistema nervoso dos usuários. Essas substâncias são mais fáceis de produzir e também de transportar. Além disso, os meios de escoamento desses produtos estão ganhando espaço através da internet.
Por que os meios de comunicação não dão voz para testemunhos dos afetados pelo vício em tratamento falarem sobre seus mal-estares? Por que não são veiculados com frequência os malefícios que os viciados estão recebendo em troca de raro e curto período de prazer proporcionado por aqueles produtos? Isso seria uma contrapropaganda que, com certeza, evitaria o surgimento de muitos novos usuários, pouparia as vidas de vítimas de assaltos que são realizados para fornecer dinheiro para viciados adquirirem os produtos ilícitos e também quantas outras vidas, por exemplo de policiais, que, no cumprimento do seu dever, as perdem.
Governos sérios e responsáveis combatem o uso e o tráfico com toda sua força, porém não é raro ouvir-se sobre o envolvimento de autoridades que têm livre tráfego entre produtores e traficantes. Isso prejudica o trabalho dos bons policiais, que existem sim e, como já foi dito, muitas vezes morrem nas mãos dos bandidos, suas famílias são logo esquecidas e acabam sofrendo pela prática criminosa, tanto quanto as famílias dos jovens que são atraídos pelo vício.
Vou parando por aqui, pois posso ser “condenado segundo o entendimento de alguma autoridade muito ciosa em defender nossa constituição” que poderá me condenar por ataques escritos contra os “trabalhadores que ganham o sustento e a boa vida”, destruindo pessoas e famílias inteiras para conseguir seu regalo...
Ah! Se o dono dos navios que andam se posicionando nas costas do nosso continente não tomar cuidado, alguns “trabalhadores do tráfico” darão um jeito de levar droga dentro dos canhões desses navios quando voltarem para seu país de origem.