Mais De 50% dos resgates de emergência são realizados por "pessoas comuns"

ONG HUMUS alerta para importância da capacitação da população, principalmente em comunidades em áreas de risco de desastres
O Rio Grande do Sul foi novamente atingido por fortes chuvas, agravando ainda mais a situação de milhares de famílias que enfrentam desastres recorrentes nos últimos dois anos. Com centenas de municípios afetados e milhares de pessoas desabrigadas, e com cada novo alerta de chuva aumentando o medo de deslizamentos e transbordamentos de rios, o cenário reforça a urgência de aumentar a conscientização e investir em ações de prevenção de forma estruturada e contínua.
Nesse contexto, um dado da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) chama a atenção: mais de 50% dos resgates em situações de emergência são realizados por pessoas sem treinamento técnico. Em muitos casos, são moradores que, por instinto ou conhecimento mínimo, tentam salvar familiares, vizinhos ou desconhecidos, colocando-se também em risco. A falta de informação e treinamento prático dificulta ainda mais o atendimento a grupos vulneráveis, como pessoas com comorbidades, pessoas no espectro autista, pessoas com deficiência auditiva ou mobilidade reduzida, que não sabem como reagir diante de um alerta.
A ONG HUMUS, referência nacional em resposta, recuperação e prevenção a desastres, tem atuado constantemente em áreas impactadas ou em risco iminente, por meio de treinamentos práticos, apoio técnico aos municípios e ações de mobilização comunitária. Está presente no Rio Grande do Sul desde os impactos do segundo semestre de 2023 e permanece em atuação no estado. A organização atuou durante a emergência com maior foco na região do Vale do Taquari e, posteriormente, esteve presente com ações e programas em diversos municípios, como Gramado, Arroio do Meio, Sapucaia, Canoas, Serafina, Veranópolis, Lajeado, Caxias do Sul, Santa Maria, Gravataí, São Leopoldo, Bento Gonçalves, Passo Fundo e na capital, Porto Alegre.
Entre as principais frentes de atuação da ONG neste momento no Rio Grande do Sul está o programa Defesa Alerta, que oferece apoio na elaboração e acionamento de Planos de Contingência Municipais, essenciais para garantir respostas rápidas e coordenadas em situações extremas. Por meio de outros programas, como o Agente Capaz, o Heróis do Futuro e o Curso de Operações em Desastres (COD), a HUMUS já capacitou mais de 1.000 pessoas diretamente no estado.
“Ninguém nasce sabendo o que fazer em meio a um desastre. Mas é possível se preparar, pelo menos um pouco. E essa preparação pode fazer a diferença entre a vida e a morte para alguém. Quando capacitamos moradores, professores, voluntários e servidores públicos, criamos uma rede de segurança que se fortalece antes que a tragédia aconteça”, afirma Leonardo Farah, capitão da reserva do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e fundador do HUMUS.
Além da formação técnica, a organização também realiza atividades educativas em escolas, abrigos e redes comunitárias, com foco em escuta ativa, inteligência emocional e articulação com o poder público local.
O trabalho da HUMUS pode ser acompanhado no Instagram oficial: @humus_br , onde estão disponíveis vídeos de treinamentos e bastidores da operação.
Saiba mais sobre o trabalho da HUMUS. Acesse www.humusbr.org e seja um parceiro desta causa.
Ariane Dias - ariane@mosaike.com.br