Inverno seco na região de Ribeirão Preto acende alerta para doenças de pele

Dermatologista alerta que clima seco agrava quadros de eczema, psoríase e dermatites; uso de pomadas sem prescrição e receitas caseiras podem mascarar doenças graves
O solstício de inverno começa, neste ano, no dia 20 de junho. É o início do inverno e corresponde ao dia mais curto e à noite mais longa do ano.
Com a chegada do inverno e dos períodos de baixa umidade na região de Ribeirão Preto, os problemas respiratórios não são os únicos a se intensificarem. A pele também sofre com o clima seco, que favorece o surgimento e o agravamento de doenças dermatológicas, como eczema, psoríase, dermatite atópica e dermatite de contato.
“É nesta época que percebemos um aumento expressivo nas queixas de pele seca, coceira, vermelhidão e lesões. A barreira natural da pele fica comprometida pela falta de umidade no ar, o que favorece inflamações, fissuras e até infecções secundárias”, explica o dermatologista Weber Coelho, mestre em Dermatologia pela USP.
Além do desconforto físico e do impacto na qualidade de vida, outro problema recorrente no inverno é o uso indiscriminado de pomadas com corticoides sem prescrição ou as receitas caseiras, como óleos, bicarbonato, vinagre e outras misturas populares. “Esses recursos podem, temporariamente, aliviar a coceira, mas não tratam a causa do problema. E ainda podem mascarar sinais de doenças mais sérias como lúpus cutâneo, hanseníase, infecções fúngicas ou até câncer de pele, retardando o diagnóstico correto”, alerta o dermatologista.
Lesões aparentemente simples — como manchas avermelhadas, descamações ou feridas que não cicatrizam — podem ser muito mais do que apenas “pele seca”. Segundo o especialista, o clima seco pode ser o gatilho para manifestações mais intensas de doenças inflamatórias da pele, como a psoríase, que piora com o ressecamento e o estresse, comuns nesta época do ano.
A automedicação, além de não resolver, pode gerar efeitos colaterais. O uso contínuo de pomadas com corticoide, por exemplo, pode afinar a pele, provocar manchas, estrias e até facilitar infecções.
Cuidados
O dermatologista orienta que a hidratação precisa ser feita diariamente, com produtos adequados para cada tipo de pele. Além disso, é fundamental manter a ingestão de água, evitar banhos muito quentes e longos, e procurar um especialista sempre que surgirem lesões persistentes.
A pele é o maior órgão do corpo e, muitas vezes, reflete não apenas o impacto do clima, mas também desequilíbrios internos e até doenças sistêmicas. Por isso, ela merece atenção especializada.
Blanche Amancio Silva - blanche@textocomunicacao.com.br