Falta de contêineres e o aumento no Frete Internacional

Falta de contêineres e o aumento no Frete Internacional
26/07/2021

O Comércio Exterior vem enfrentando diversos desafios para cumprir com os prazos de entrega, manter um valor acessível nos fretes e ter contêineres disponíveis para os carregamentos. Esses problemas, dentre outros fatores, são também reflexo da pandemia de Covid-19 que vem se arrastando há meses e recentemente piorou com o total desequilíbrio entre a oferta e a demanda de contêineres que elevou o valor do frete.

 

Valor do frete:

Importadores e exportadores já sentiram o impacto da alta do frete há algum tempo, visto que o valor vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Segundo a Drewry Shipping, empresa britânica de consultoria em transporte marítimo, o valor do frete acumula alta superior a 500% nos últimos 5 anos.

O transporte de um container de aço de 40 pés do porto de Xangai na China até o Porto de Roterdã está custando o valor recorde de US$10.522, e como mais de 80% do comércio exterior é transportado via navios, esse valor já está fazendo diferença no bolso do consumidor final também, pois os varejistas já estão repassando o valor do frete para as mercadorias evitando a diminuição da margem de lucro.

Em julho, o frete da China para o porto de Santos (SP) bateu recorde histórico, chegando a USD.10.000 por contêiner de 40 pés (FAK)

Quando o valor do frete é tão alto a ponto de influenciar no preço final do produto, o comércio internacional começa a perder forças e a competitividade diminui, visto que muitos exportadores não conseguem mais embarcar seus produtos e os que até então importavam, desistem de recorrer ao mercado externo pois a mercadoria chegará a um valor muito acima do aceitável internamente.

Uma das alternativas que os armadores utilizam para driblar a escassez de contêineres é a oferta de operações NOR (Non-Operating Reefer), ou seja, 'reefer' fora de operação, com o motor desligado. Muitos contêineres são embarcados com mercadorias refrigeradas, mas no frete retorno não há nenhum tipo de mercadoria que necessite de um ambiente resfriado, então, o espaço do container 'reefer' é utilizado para qualquer outro tipo de produto.

Por ser um grande fornecedor de mercadorias refrigeradas, como carnes em geral, os importadores brasileiros recorrem bastante a esse tipo de operação, pois não são produtos que o Brasil importa em grande quantidade, no entanto, sobram espaços em contêineres refrigerados que na maioria das vezes voltam desligados para o Brasil carregando cargas no geral.

 

Agroexportação:

Um dos setores mais rentáveis da economia brasileira, a exportação de produtos agropecuários, também já sentiu o impacto da alta do frete e da escassez de contêineres.

Exportadores de produtos avícolas do sul do Brasil, por exemplo, estão embarcando apenas 40% do que era exportado no cenário pré pandemia. Os custos com estocagem aumentam, alguns produtos passam do prazo de validade aguardando o embarque, armadores mudam a rota sem aviso prévio e a negociação com os compradores internacionais vai tornando-se mais complicada.

 

Exportação:

Alguns destinos da América Latina e Estados Unidos estão muito afetados pela falta de espaço X falta de contêineres, destinos como por exemplo, Port Everglades, já estão sem espaço disponível para booking para as próximas 6 semanas!