Dezembro Vermelho: saiba a diferença do vírus HIV e AIDS

Dezembro Vermelho: saiba a diferença do vírus HIV e AIDS
20/12/2021

Infectologista do Hapvida explica a importância de ter um diagnóstico precoce e fala sobre o tratamento adequado
 

Criada a partir da Lei 13.504, a campanha Dezembro Vermelho marca a mobilização nacional sobre prevenção ao vírus HIV, AIDS e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis). Neste contexto, a infectologista do Sistema Hapvida Ana Raquel de Seni, destaca como é importante ter informação sobre o assunto, enfatizando a prevenção combinada.
 

Muitas pessoas não sabem a diferença entre o vírus HIV e a AIDS, por exemplo. Por isso, a infectologista explica: “O HIV é o vírus da imunodeficiência humana e tem a característica de atacar o sistema imunológico. Assim, a imunidade fica mais frágil e o organismo fica mais suscetível a infecções que seriam facilmente combatidas por um sistema imunológico competente. Já a AIDS, que é a doença causada pelo vírus HIV, ocorre quando há o comprometimento do sistema imunológico e pode manifestar-se com doenças graves, que geralmente acometem o pulmão, o cérebro e os olhos. São provocadas por fungos, parasitas, bactérias e vírus.”

Ana Raquel afirma que o vírus HIV é transmitido, principalmente, em relações sexuais; da mãe para o filho durante a gestação e o parto; e através do sangue.
 

Hoje, no Brasil, o tratamento para o HIV é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita. “Ele é composto por comprimidos. Hoje, temos a possibilidade de esquemas com um número reduzido de comprimidos e muito potentes, com poucos efeitos colaterais. A pessoa que faz o tratamento adequado por seis meses ficará com a carga viral indetectável e não transmite o HIV”, relata a infectologista do Hapvida.
 

Em relação à prevenção da infecção pelo vírus HIV, a médica frisa que hoje se fala em prevenção combinada, que consiste na utilização de preservativos, tanto feminino quanto masculino nas relações sexuais; medicamentos antirretrovirais, que previne o HIV de grupo contínuo para grupos específicos, a chamada PREP; na utilização dos medicamentos para prevenção do HIV após exposições sexuais de risco e violência sexual, que é a chamada PEP; o uso de medicações para gestantes que têm o teste positivo para HIV, para  prevenir a transmissão do HIV para o recém-nascido, seja durante a gestação ou no parto e o uso desses medicamentos também pelo recém-nascido.
 

“Além disso, temos o tratamento para todos os portadores do HIV, pois tratar é uma forma de prevenção, bem como a testagem”, diz.
 

Segundo a médica, foram muitos ganhos alcançados nesses 40 anos, com o tratamento potente, seguro e simplificado, a fim de diminuir o preconceito e estigmas associados à doença.
 

“Principalmente porque, muitas vezes, quando uma pessoa faz o diagnóstico do HIV é como se recebesse uma sentença de morte. Então, este é um momento de desmistificar essa questão”, afirma.
 

Acompanhamento psicológico
 

Por ser uma doença crônica, que ainda não possui uma cura definitiva, o diagnóstico do HIV acaba gerando um sofrimento psíquico para as pessoas que o recebem.
 

Sentimentos de incertezas em relação ao futuro são um deles, sendo que muitos ainda associam o HIV e a AIDS como sinônimos de morte, e essa ideia precisa ser mudada.
 

“O tema HIV ou AIDS ainda é um tema que gera tabu na nossa sociedade, as pessoas pouco falam, têm pouco entendimento, muitas vezes, e algumas crenças 

antigas e limitantes ainda estão muito presentes quanto ao contágio, os efeitos ou ao tratamento. E para quem tem esse diagnóstico, isso acaba sendo uma fonte intensa de adoecimento emocional. A partir daí a gente percebe a importância do acompanhamento psicológico. Afinal de contas, por ser um tabu, muitas pessoas que recebem o diagnóstico preferem não falar sobre o assunto e isso acaba trazendo ainda mais angústia, tristeza, preocupação e ansiedade”, frisa a psicóloga do Sistema Hapvida Ivana Teles.
 

Por isso, segundo ela, o apoio psicológico é necessário. “Reelaborar essa situação é um ponto importante, afinal, a gente sabe que existe um tratamento e é possível viver sim com o vírus, sem que isso traga grandes prejuízos, ou uma grande interferência, desde que esteja sob controle”, conclui.

 

(Phábrica de ideias)