Delegado de Polícia revela paixão pelo esporte

26/10/2018

Em bate papo com a Revista TOP, Sérgio Bautzer revela os detalhes de seu livro “Como um Gato”

  • Quando e como despertou esse lado escritor em você e em que momento resolveu escrever o livro?

Já havia escrito livros jurídicos voltados para concursos públicos.  Eu fiquei bem triste quando o Brasil perdeu para a Alemanha por 7 a 1 na Copa de 2014. Pensei em escrever um conto sobre uma realidade alternativa em que a seleção brasileira venceria os alemães por um a zero. Eu pensei em descrever o jogo minuto a minuto. Quando percebi, eu já estava escrevendo sobre o ano de 2014. Daí, eu decidi recontar então a história dos últimos 25 anos do futebol mundial, criando a biografia fictícia de um goleiro, que é o melhor da era moderna.

  • Quanto tempo de preparação até o lançamento?

Eu comecei a escrever o livro em 2015, acabei por  finalizá-lo em abril de 2018. Em maio deste ano, eu o enviei para a Editora Labrador, que tem sede em São Paulo. O livro começou a ser vendido em agosto.

  • Qual a história de “Como um gato”? Em quem ou o que se inspirou para essa história?

Além de reescrever o jogo dos “7 a 1”, eu criei um capítulo em que a seleção brasileira conquista as Copas de 98 e de 2006. Por ser corinthiano, eu alterei as finais de Campeonatos que o Corinthians  foi derrotado. Também o livrei do rebaixamento do Brasileirão de 2007.  Como meu “agente literário” era torcedor do Cruzeiro, resolvi também alterar alguns resultados ruins do time mineiro. Pelo fato de meus avôs torcerem para o Santos e para a Portuguesa também incluí tais times no currículo do goleiro. Também citei alguns times do exterior como o Manchester e o Real Madrid, além de duas passagens pelo futebol dos Estados Unidos. Tentei chegar o mais próximo da realidade:  ele faz escolinha no Botafogo da Barra, depois joga no XV de Jaú para na sequência ir para o Noroeste, em  Bauru, antes de desembarcar no Corinthians.

Quando eu comecei a escrever o livro, era para o protagonista ser um zagueiro. No meio do trabalho, eu decidi mudar a posição e colocá-lo como goleiro.  

Quando vejo o italiano Buffon, jogando em alto nível com 40 anos, no Paris St. Germain, da França, confesso que parte da trajetória dele serviu de inspiração para compor o personagem principal.

Todas as pessoas citadas no livro existem, menos o personagem Erick Moreno e seus familiares.

  • Como é agora se dedicar a carreira de delegado, professor e escritor?

Por ser Delegado de Polícia plantonista consigo adequar minha escala de plantão com as gravações para aulas para cursos virtuais preparatórios para concursos. Para ser escritor, eu me propus a escrever nas minhas folgas pelo menos uma página do livro por dia. Quando os capítulos estavam prontos, eu os lia e acabava por reescrevê-los, o que torna o processo de elaboração demorado.   

  • Fale um pouco sobre o futebol em sua vida?

Jogo futebol desde criança em Barra Bonita, por isso quis homenagear todos que jogaram bola comigo na vida. Em 2017, eu participei da seletiva para integrar o time de futebol de campo da Polícia Civil do Distrito Federal. Depois de treinar muito, consegui figurar entre os convocados para disputar os Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros, ocorrido em Los Angeles, nos Estados Unidos. Fomos vice-campeões do mundo. Perdemos a medalha de ouro para a Polícia Militar do Distrito Federal, aliás, os quatro finalistas eram todos brasileiros. Lá, eu ainda disputei com o time da Polícia Civil as partidas de “soccer indoor”, que no Brasil, é conhecido por “showbol”. Perdermos para os russos na oitavas de final. Eles acabaram levando a medalha de ouro.

Em 2018, o preparador de goleiros que me treinou para os Jogos Mundiais me convidou para ser o terceiro goleiro do time do Cruzeiro – DF, conhecido como “Carcará do Cerrado”, para disputar a Segunda Divisão do Campeonato Candango de futebol profissional. Como o time só treinava de segunda à quinta pela manhã, das 8h ao meio dia, eu consegui conciliar com as outras profissões. Passei a gravar as aulas virtuais à noite e nos dias de plantão, eu treinava a parte física assim que saía do expediente. Lógico, antes de embarcar na empreitada, fiz os exames médicos pertinentes, principalmente os cardíacos, por ter 41 anos. Por ser servidor público, não recebi salários, mas tive o nome inscrito no BID da CBF. Fiquei no banco de reservas em uma partida contra o Legião, cujo nome é uma homenagem à banda Legião Urbana, equipe profissional criada na década passada, por empresários locais. Infelizmente, o Cruzeiro-DF não conseguiu o acesso à primeira divisão, o que permitiria enfrentar equipes que já disputaram a série A do Brasileirão, como Gama e o Brasiliense.

  • Quais os planos futuros para o escritor Sérgio Bautzer?

Tenho alguns projetos ainda, como escrever um livro sobre os casos criminais mais impressionantes que trabalhei na minha carreira de Delegado de Polícia, que já dura 13 anos.  Tenho vontade escrever um livro de super heróis para o público infanto-juvenil.

  • Onde encontrar o seu livro? (sites, em Barra Bonita, etc)

Em Barra Bonita, o livro pode ser encontrado no Toninho´s Office. A versão digital pode ser encontrada no site da Amazon.  Se o leitor tiver preferência pela versão impressa, o livro pode ser adquirido no site da Livraria Cultura.

  • Pretende fazer o lançamento aqui em Barra Bonita?

Sim, pretendo em breve fazer uma noite de autógrafos na cidade, aliás, não vejo a hora, mas ainda dependo da editora.

Sergio Bautzer é delegado da Polícia Civil do Distrito Federal e professor de Legislação Penal Especial da Rede LFG