COVID-19 e suas dúvidas constantes

COVID-19 e suas dúvidas constantes
31/03/2021

Médico entrevistado:

Luis Renato Alves

CRM: 122.744

Por: Dra. Rita Tonielo

 

 

Há possibilidade de transmissão no ar?

A principal forma de transmissão é através da emissão de gotículas contendo o vírus, expelidas através de tosse, espirros e na própria fala de uma pessoa contaminada em contato próximo com outra. Essas gotículas são dispersas pelo ar. Mas é necessário que as pessoas estejam próximas para um contágio.

 

Existe o teste falso negativo? Como saber?

Isso é um fato que pode acontecer e está relacionado a vários fatores como qualidade do teste, método de coleta e tempo. Nos primeiros 8 dias, deve-se coletar sempre a PCR (swab nasal). Após o 9º dia, ela perde sensibilidade e deve-se optar pelo exame sorológico.

 

Por quanto tempo eu posso transmitir, depois de contaminado?

Em geral o período de transmissão se dá até o 10º dia de sintomas clínicos para quadros leves da doença. O problema é que antes de manifestar sintomas você já pode estar com a doença e transmitindo, por isso o fato de você estar sem sintomas não lhe dá a possibilidade de não ter os cuidados e as recomendações adequadas.

 

Qual a explicação do fato de algumas pessoas terem quadros leves, outras necessitarem de internação, com quadros graves e outras morrerem?

A Covid-19 é uma doença nova, muito ainda está se conhecendo sobre ela e os fatores que levam a essas diferentes manifestações é um dos segredos que ainda temos que descobrir. Mas certamente isso tem a ver com fatores genéticos, reações inflamatórias em cada pessoa, cepas virais mais agressivas dentre outras coisas. Muita coisa ainda se descobrirá com as pesquisas clínicas.

 

Não tive contato com ninguém, porém tive sintomas como tosse, febre e mal estar, é necessário realizar o teste?

Se o quadro clínico for sugestivo (febre baixa, dor no corpo, mal estar e tosse) é necessário afastar a possibilidade de estar com a doença. Nesse caso é recomendado realizar o teste sim. Lembrando que quadros de gripe comum podem ter quadros clínicos semelhantes.

 

A máscara é efetiva? Quão efetiva ela é?

A máscara funciona como uma barreira para a saída e entrada de partículas nas vias aéreas. Estudos tem mostrado que elas são importantes na redução de emissão de gotículas respiratórias, diminuindo a possibilidade de transmissão. Existem vários tipos de máscara no mercado. As melhores são as N95 ou PFF2 que contêm filtros que protegem contra a entrada de vírus. Essas devem ser usadas por profissionais de saúde. Importante que as máscaras devem sempre cobrir nariz e boca e devem ser ajustadas lateralmente.

 

Qual o tipo de contato me expõe a contaminação?

Os principais riscos são para contatos prolongados (mais de 30min) e em ambientes fechados, com baixa ventilação. Isso facilita que o vírus fique mais tempo no ar, fazendo com que as pessoas possam se contaminar mais. Caso seja necessário o contato pessoal, é importante que se mantenha distanciamento, uso de máscaras e ambientes ventilados.