AMÉRICO PERIN
Dados informados pelo governo brasileiro mostravam desde há tempos que as ações de ajuda social desenvolvidas no Brasil apresentavam destaque positivo em relação aos demais países.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou em um Relatório Mundial sobre Proteção Social, lá pelos idos de 2014/2015, “Construindo a recuperação econômica, o desenvolvimento inclusivo e a justiça social”, que nosso país destacou-se positivamente no tocante aos investimentos em programas sociais. O documento destaca que programas de transferência de renda contribuem para o enfrentamento ao trabalho infantil. O Bolsa Família é citado como o maior programa de transferência de renda em termos absolutos e a publicação também cita que o Brasil ampliou sua cobertura ao incluir mais categorias de beneficiários, implantando a estratégia de busca ativa para localizar e cadastrar as famílias extremamente pobres.
Segundo a OIT, ao vincularem o recebimento de benefício financeiro à frequência escolar, por exemplo, os programas de transferência de renda apoiaram a inclusão social e o combate ao trabalho infantil. “Muitos programas têm um efeito relevante na promoção de matrículas escolares e assiduidade escolar [...]. Reduções no trabalho infantil são mais evidentes onde os benefícios financeiros são integrados com elementos adicionais como os programas de ensino integral, existentes no Brasil”.
Divulgado pela OIT Genebra, o relatório fornece uma visão geral da organização dos sistemas de proteção social, da sua abrangência e dos seus benefícios, além dos gastos públicos em segurança social. Ele também analisa as tendências e políticas mais recentes e os impactos negativos das medidas de consolidação e ajustamento fiscal, e chama atenção para a expansão da proteção social em busca do desenvolvimento inclusivo e da justiça social.
Ora, então como se explicaria o crescente aumento da violência, por exemplo, que já saiu das cidades grandes há tempos e hoje também faz parte do dia a dia até de pequenos povoados no interior do país? E o que dizer das drogas, com seu efeito destruidor, que por sua vez também já migrou até para as lavouras, onde o “boia-fria” faz uso do crack (mais barato que outras drogas em oferta, mas que tem um efeito arrasador no cérebro do indivíduo) para conseguir um aumento de sua produção braçal?
Sabe-se lá até que ponto vai o efeito da nossa tão popularizada e institucionalizada corrupção. Mas, com certeza, o efeito da desinformação e até desinteresse das famílias e alunos contribui e muito para que os “números sociais não batam” no fim da apuração dos resultados. Eu tenho por experiência própria alguns casos interessantes.
É óbvio que todos sabem que, a educação de boa qualidade, na verdade é a melhor ferramenta, desde sempre, para a ascensão social do indivíduo. Contudo, infelizmente, é também a principal arma usada pelos corruptos e os defensores de ideologias já aplicadas e que fracassaram em todas as experiências havidas.
Um ensino de excelente qualidade, formador de profissionais de alto gabarito e que ofereça cursos técnicos e também do nível superior de boa qualidade como tínhamos no Brasil até alguns anos atrás, seria o suficiente.
Contudo, não adianta somente tê-los se direcionamos a eles, cursos superiores e profissionalizantes, alunos vindos de escolas que lhes dão como aptos e formados apenas para poder ler letreiros de ônibus. Alunos que recebem o certificado de conclusão do nível colegial, mas que não conhecem a tabuada do dois.
Uma boa formação escolar desde o início dos estudos otimiza os resultados em todas as áreas. Comportamento pessoal, dedicação e compreensão da necessária seriedade para se preparar para a vida são facilmente observados nos alunos que se formam em escolas de alto nível.