CAOS - Medo de ficar sem combustível leva motoristas a lotarem postos
Eddie Nascimento
Um verdadeiro caos tomou conta das cidades da região por conta da greve dos caminhoneiros. O medo de ficar sem combustível levou uma multidão de motoristas a procuraram os postos para abastecimento. O grande número de carros e motos fez com que alguns postos ficassem sem os produtos em menos de 24h. Ontem pela manhã, 25, em Sertãozinho, pelo menos três postos pesquisados pela reportagem do JA ainda tinham combustíveis. No Auto Posto Copercana, a fila de veículos para abastecer chegou a cortar a principal avenida da cidade, "Antônio Paschoal". O tempo médio de espera pelo atendimento foi de 20 minutos.
Fake News
O que levou muitos motoristas a correrem em busca de abastecimento e a compra de produtos em supermercados, foram áudios e reportagens, algumas delas falsas divulgadas através das redes sociais. Em muitos casos, pessoas que não se identificavam postavam informações incondizentes com a situação real. Uma dessas informações inverídicas divulgadas pela rede social WhatsApp era sobre um caminhão de uma grande rede de supermercados de Sertãozinho que teria supostamente sido queimado por manifestantes por não ter "aderido a greve". A foto em questão usada junto ao áudio, tratasse de uma pane elétrica acontecida em 2015 com um dos caminhões da rede, mas que não tinha relação nenhuma com a paralisação feita pelos caminhoneiros.
Acidente
Na região, pelo menos um acidente foi registrado por conta da paralisação dos caminhoneiros. Um motorista que trafegava pela Rodovia Washington Luís, em Araraquara, não respeitou o pedido de parada dos grevistas e foi atingido por uma pedra na lateral de seu vidro. Ele perdeu o controle e capotou. Apesar do susto, o homem teve ferimentos leves. O responsável por jogar a pedra contra o caminhão foi preso pela Polícia Rodoviária.
Acordo com o Governo
Na última quinta-feira, 24, o Governo Federal e líderes de Associações e Sindicatos ligados aos caminhoneiros tentaram um acordo para que a greve terminasse. Após reunião, que se estendeu ao longo de todo o dia no Palácio do Planalto, o governo federal anunciou que parte das entidades que representam os caminhoneiros assinaram um termo de acordo para suspender a paralisação feita pela categoria no país por 15 dias.
O anúncio foi feito pelo ministro dos Transportes, Valter Casimiro, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha e o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. O governo afirma que vai congelar o preço do diesel por 30 dias, já com a redução anunciada pela Petrobras, e se comprometeu também em reduzir a zero a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para o ano de 2018.
Mesmo após firmar acordo com o governo, os protestos dos caminhoneiros continuou na sexta-feira (25) pelas rodovias estaduais e federais em todas as unidades federativas do País.
Além da falta de combustível nos postos, a paralisação já afeta o abastecimento de mercadorias em supermercados; os aeroportos registram falta de querosene, o que prejudica as decolagens; o fornecimento de energia elétrica em Rondônia; entre outros reflexos.
Mesmo com esse acordo, alguns caminhoneiros criticaram a posição dos sindicatos e dizem que devem continuar paralisados. Organizados em grupos de WhatsApp, motoristas autônomos dizem que não deixarão as rodovias. O motivo é que o acordo firmado entre sindicato e governo não atinge as principais reinvindicações dos motoristas autônomos, que vão além da redução do diesel. (Com informações do Portal R7 e colaboração de Maristella Coutinho)