CALISTENIA

11/05/2020

Terceiro melhor do mundo na categoria concede entrevista ao Jornal Agora Sertãozinho

Da Redação

Essa semana trazemos um bate papo especial com o atleta Lucas Lima, conhecido como “Troia Lima”.
No Brasil, Troia é um dos atletas mais conceituados no esporte chamado calistenia, uma prática que tem ganhado cada dia mais adeptos no Brasil.
Ele nos conta nessa entrevista sobre o esporte e também sobre a sua preparação para outros campeonatos mundiais.

Jornal Agora - Troia, explique pra gente o que vem a ser esse esporte: "Calistenia"?

Troia Lima - Calistenia são exercícios usando o próprio peso corporal como peso. Então, o trabalho de crescimento consiste em usar apenas o peso corporal como base. Seriam exercícios como flexão na barra, flexão no solo e vários outros movimentos, como estáticos e isométricos. É uma série muito ampla, mas simplificando é isso: 'são exercícios usando o próprio peso corporal'.

Jornal Agora - Há quanto tempo você o pratica?

Troia Lima - Já fazem 6 anos que eu pratico a calistenia em si, mais 9 anos seria a minha base de treinamento calistênico desde quando eu entrei no Exército brasileiro já há 18 anos, então já são quase dez anos aí na modalidade, sendo 4 anos indiretamente e 6 anos diretamente trabalhando com o objetivo de melhorar os movimentos dentro da calistenia.

Jornal Agora - Quais foram os títulos que você já conquistou?

Troia Lima - Os meus títulos são os seguintes: Campeão brasileiro em 2016 o primeiro campeonato de Stranger de força da Calistenia Street Workout, quinto lugar no Chile no sul-americano de 2019 e terceiro lugar do mundo na Rússia, também em 2019.

Jornal Agora - É muito difícil praticar esse esporte?
Troia Lima - A modalidade consiste muito em progressões, em trabalhos de progressões educativas para que você consiga executar o movimento com a melhor base possível, o que faz com que você tenha que ter muita paciência para poder evoluir na modalidade então, não diria que é difícil, mas é um esporte muito desafiador e é muito satisfatório você conquistar cada avanço e ter uma base em vários exercícios dentro da calistenia; então, a base de tudo seria: 'é preciso ter paciência e muita disciplina porque é realmente muito desafiador'.

Jornal Agora - Como posso ser um iniciante nessa prática esportiva?

Troia Lima - A calistenia é uma modalidade muito antiga, ela vem do grego 'kallos', que significa beleza e 'sthenos', que significa força.
Sobre o iniciante começar, ele tem que ter muita disciplina e é uma modalidade nova no 'mundo Fitness' hoje. Então as pessoas estão procurando bastante a calistenia e essas pessoas são iniciantes, então a gente trabalha muito a base dessas pessoas para que a gente possa evoluir com um processo de progressões da melhor forma possível.

Jornal Agora - O que você daria como dica para quem pretende ingressar nesse esporte?

Troia Lima - A minha dica para quem quer iniciar na calistenia é procurar um bom profissional de educação física, ter todas as liberações e recomendações de um bom médico, de um cardiologista, de um fisioterapeuta para que você não venha a ter nenhum problema no decorrer dos treinamentos. Outra dica é que a pessoa tenha muita paciência e disciplina para conseguir continuar sempre no treinamento.

Jornal Agora - No Brasil é grande o número de pessoas que praticam?

Troia Lima - No Brasil não param de aumentar o número dos praticantes de calistenia e atletas especializados em calistenia também.
Sou um dos fundadores do maior grupo de calistenia do Brasil, que é o "Calistenia Brasil", um grupo que fica no Parque de Águas Claras, em Brasília. Também sou fundador e organizador do campeonato "Calistenia Games”, um dos maiores campeonatos de calistenia do Brasil e também dou aula em três redes de academia em Brasília, então só em Brasília tem vários praticantes e o número certo eu não sei, mas grupos no Brasil não param de crescer.

Jornal Agora - No mundo, quais são os atletas mais difíceis de vencer nesse esporte?

Troia Lima - No mundo, os atletas mais difíceis de vencer são os russos, os poloneses e os alemães, porque a base de treinamento deles é muito forte e é muito cultural a 'Calistenia Street Workout' nesses países, então são países difíceis de vencer, são atletas muito bons, que você tem que treinar muito e ter muito mais preparo para poder conseguir bater de frente.
Hoje somos o terceiro lugar do mundo na modalidade, o primeiro lugar do mundo é a Rússia, o segundo é a Polônia e o terceiro é o Brasil, então realmente a Rússia e a Polônia são os mais fortes.

Jornal Agora - Você está se preparando para alguma competição? Quando?

Troia Lima - Eu teria algumas competições no mundo: o campeonato na Califórnia em junho foi cancelado, o mundial ainda não foi cancelado, será, a princípio na Estônia em "Tallinn", agora em 29 de agosto.
Estou esperando a confirmação e me preparando para o mundial, mas tenho mais dois campeonatos que seriam um na Itália e outro na Alemanha.

Jornal Agora - Como está essa preparação, mesmo nesse período de isolamento social?

Troia Lima - A minha preparação para o mundial não parou, eu tive que sair de Brasília para poder continuar meu treinamento fiquei 50 dias em Minas Gerais; voltei para Brasília agora depois de 50 dias; onde eu consegui evoluir e focar muito mais o meu treinamento, alimentação e suplementação.

Jornal Agora - Para ir a esse campeonato você conta com parceiros? Nos conte mais e também explique como as pessoas podem te apoiar

Troia Lima - Infelizmente o nosso esporte não tem tanta visibilidade ainda em questão de patrocinadores porque além de atleta que eu sou, também sou organizador de evento.
Então é bem desafiador, eu tenho alguns apoios e não patrocínios para ajudar em passagem então realmente eu fui para Rússia no ano passado sem nenhum patrocínio e tive que me virar com minhas próprias reservas, com meu próprio dinheiro e até vaquinha online eu tive que fazer para poder ir para Rússia e conquistar o terceiro lugar do mundo para o Brasil.
O maior apoio que as pessoas podem dar, principalmente vocês da mídia, é criando essa possibilidade de divulgar a modalidade. É isso que vai trazer mais credibilidade para a calistenia. Conquistar o terceiro lugar no mundo foi muito bom para o Brasil em questão de credibilidade e visibilidade, porque muita gente não sabia que tinha mundial dessa modalidade.