AH, PEDRO, SE SOUBESSES...
Américo Perin
Neste 7 de setembro, não vi o Cabo Mathias desfilando. Mas vi OFICIAIS do Exército marchando com passo trocado e outros se recusando a prestar continência aos do palanque...
Pedro, a coisa começou mal desde o quadro do Pedro Américo. A imagem foi roubada de outra pintura europeia que, segundo consta, se referia a Napoleão.
Pedro, você mesmo respondeu a um nobre que o arguiu na amurada do navio quando saíam do Brasil rumo a Portugal: “Sr. não sei como farei para sobreviver na Europa, pois estou falido”. E a sua resposta teria sido uma profecia do que aconteceria neste pobre país rico: “Por que não roubaste como o ministro da Fazenda que o fez tanto e hoje é um homem rico?”.
Aqui, lá pela década de 1950, Adhemar era um político conhecidíssimo como “aquele que rouba, mas faz”. Depois, vieram outros, o Paulo, que também ganhou essa alcunha, e vários outros que fizeram uma festa com o dinheiro público.
Aos poucos, foi-se percebendo que nenhum deles era punido e isso certamente encorajou um barbudo que, dizem, mutilou-se para ganhar uma aposentadoria precoce, mas, na verdade, “trabalhou muito” até chegar a um cargo importantíssimo do país e roubou muito, muito mesmo!!!!!!!!! Com prova, provada!!!!!!
Esse aí passou por maus bocados, mas alguns amigos que se julgam muitíssimos poderosos, a ponto de, sem terem poderes
para isso, mudam a Carta Magna da Nação como bem entendem, livraram-no da prisão tão logo puderam.
Caro Pedro, a situação – roubo, furto – tornou-se tão comum por aqui que ninguém mais tem sossego e estão fazendo de tudo para que as pessoas honestas não possam se armar, mesmo para defender sua família e seu patrimônio.
Imagine Vossa Majestade que as cidades se tornaram perigosíssimas! Há uma cidade dentro da própria capital de São Paulo, que é conhecida como CRACOLÂNDIA! Ali, gente de bem mal pode entrar e sair sem ser vítima de algum ataque. Mesmo à luz do dia!!!!!!
Celulares (são telefones portáteis, muito em uso por estes dias) são os objetos preferidos pelos ladrões, que até matam para se apoderar de um; roubam carros (são carruagens com propulsão própria, não precisamos mais de cavalos, mas temos muitos burros que podem votar...). E as residências? Grades nas janelas, muros altos e portões enormes que basculam movidos a eletricidade. Mas nada disso impede que estejamos sempre alertas, à moda dos escoteiros (são crianças e jovens que adotam esse lema e ludicamente são treinados para serem líderes) ...
Pedro, aqui em Sertãozinho nem o cemitério tem escapado da falta de respeito! Imagine que estão invadindo o Campo Santo para roubar imagens e outros que tais que possam ser derretidos e vendidos a qualquer preço em troca de uma droga (entorpecentes muito em moda em 2023).
Bem, meu caro ex-imperador, imagino que V. Exa. fez alguma coisa que não foi muito boa, mesmo montado numa mula, pois esta vez quase nem havia “povo” para prestigiar o desfile em comemoração ao seu feito. Pela expressão facial das autoridades “do palanque”, a coisa está feia pro lado delas e parece que a ficha caiu (uma expressão atual que quer dizer “perceberam” ...)
Ah, eu sei, você está curioso sobre o Rio de Janeiro. Cidade maravilhosa, que encantava a todos os que lá chegavam pela Baía da Guanabara, também está, certamente, pensando no palácio em que viveu... Desculpe, mas já o entristeci bastante. Não vou falar.
Se eu souber de mais alguma notícia que, “acho” eu, no entendimento do povo possa lhe interessar, escrevo novamente. Ah! Posso até não escrever, porque aí lhe dou as novas pessoalmente, pois o último que “achou” por aqui não foi mais “achado...”