AMÉRICO PERIN

28/07/2025

Ah! Quem não gosta de uma boa revolução?

Uma revolução não tem que necessariamente ser feita a tiros de fuzil. Ela pode acontecer nos costumes, no tipo de música que agrade o gosto popular, nos tipos de roupas que estejam na moda, no tipo de ensino que oferecemos aos nossos estudantes...

Várias existiram no sistema político e social desde o início dos tempos. Umas percebidas, outras não. Mas, (Ah!), a Revolução Cubana! Um evento tão espetacular que fez com que muitos se perguntassem: "Como posso viver minha vida sem uma boa dose de socialismo?"

Tudo começou em 1959 sob a liderança esplendorosa de Fidel Castro e seus amigos (porque quem não ama uma boa revolução com uma pitada de carisma?). Trouxe uma série de transformações sociais e econômicas na bela ilha do Caribe que, convenhamos, são dignas de um reality show. Quanto charme essa tal teve e até hoje, apesar dos resultados sociais e econômicos conhecidos, pelos menos informados, é tida como um sonho de consumo, um nirvana, um paraíso, um oásis de felicidade...

Os "avassaladores" efeitos sociais. Opinião formada por leituras e conversas com pessoas que conseguiram “escapar de lá” e outras que apenas foram conhecer e aprender como é bom morar num lugar daquele. Vamos começar falando do sistema de saúde cubano, que é frequentemente glorificado como um dos melhores do mundo e deixa todos intrigados. Todo cubano tem direito a atendimento médico, mas será que isso compensa a falta de medicamentos básicos? Afinal, quem precisa de aspirina quando você tem acesso gratuito a consulta médica? É uma troca justa, certo?

Agora a Educação. Bem, temos que admitir que o número de alfabetizados subiu consideravelmente. Mas imagine só: tantos graduados em filosofia e literatura! A grande pergunta é: onde eles trabalham? Pobres recém-formados, ficam eternamente à espera por um emprego que, provavelmente, não pagará as contas mensais.

E agora, vamos dar uma olhada na economia. Ah, a gloriosa economia planejada! O governo cubano decidiu que o capitalismo era um vilão a ser derrotado, e o resultado surpreendeu até o mais crédulo revolucionário. O desmoronamento das indústrias da Ilha foi catastrófico. As gôndolas dos supermercados ficaram como a cabeça dos teóricos do comunismo: “abastecidas de escassez”. Obrigaram a população aprender a arte de fazer milagres culinários com os mais simples ingredientes disponíveis. Quem não ama um bom prato de arroz e feijão dia sim, dia também?

O turismo então, aproveitou a abertura concedida pelo regime para angariar entrada de dinheiro. Tornou-se um brilhante modelo de turismo. O governo cubano decidiu que receber visitantes internacionais seria uma ótima forma de influxo de moeda estrangeira. Mas, claro, não se engane, esses turistas estão por lá apenas para desfrutar das maravilhas do regime (ô curiosidade mais besta!) – como se o Mojito - Mojito é o nome de um famoso coquetel cubano à base de rum, limão, hortelã, açúcar e água com gás - servido em Havana estivesse disfarçado de produto capitalista! Eu penso que, apesar de tudo, afinal, pode-se sim fazer um turismo muito prazeroso para os fãs de carros antigos... e da música local, que com seu ritmo contagiante é boa, pois o governo ainda não começou a prender os músicos, certamente espera que somente morram de fome.

Bem, é uma pena. Um país que com o desenvolvimento natural da economia e intelectualidade do seu povo poderia nos tempos atuais não precisar mais fornecer absorventes íntimos às suas mulheres distribuídos em cotas mensais que não atendem a necessidade e feitos com qualidade ruim. As pessoas não precisariam enfrentar as agruras de uma travessia marítima em pequenos botes ou até, na tentativa desesperada, boiando em câmaras de ar de pneus.

De qualquer forma, a Revolução Cubana trouxe uma nova era, cheia de prós e contras, de conquistas e frustrações. Com um sorriso irônico, podemos observar que, mesmo décadas depois, Cuba se mantém como um incrível experimento social; um lugar onde a teoria brilha mais que a prática. Portanto, se você está em busca de um estilo de vida alternativo, talvez uma visita a Cuba seja a resposta. Vá! Aproveite o calor, a música e, se você tiver sorte, pode até conseguir comprar um charuto – desde que tenha moeda suficiente.

Até a semana. Vou parando por aqui e olha que eu nem disse nada sobre o fato dos efeitos do bloqueio econômico feito pelos EUA e nem também sobre o desamparo em que o governo de Cuba foi deixado pela Rússia... de 1959 até hoje.