A jovem de 127 anos

A jovem de 127 anos
08/01/2024

Américo Perin

Como sempre digo, o passado é muito importante. Até porque, se ele não tivesse existido, não existiríamos hoje...

Eu sempre tive uma atração especial em conversar com as pessoas mais velhas. Separando-se conhecimento e sabedoria, fico com a última. Principalmente no caso da história, porque, na maioria das vezes, os livros retratam os interesses de pessoas que registram os fatos da forma mais adequada a elas.

Então é aí que me jubilo pelas conversas que tive com minha sogra, Ernesta Sicchieri Volpe, que, quando nasceu, conheceu esta cidade também ainda criança, com apenas 7 anos de existência. Com meu amigo Silvio Maia, pessoa de quem tive o privilégio de compartilhar a amizade. Com meu avô, minhas avós e outras tantas pessoas que conheceram este Brasil em épocas que se vivia de forma inimaginável para as gerações de hoje.

Faz muito tempo, neste pedaço de Brasil, onde viviam os índios Caiapós, começaram a chegar os primeiros colonizadores brancos. Os conflitos foram inevitáveis e os verdadeiros donos das terras foram internando-se mata adentro e, hoje, se tem notícias deles lá, na Amazônia longínqua...

Terras férteis, vocação agrícola - muitas vezes movida pelo trabalho escravo-, a região foi se desenvolvendo à frente da maioria das outras que já formavam a imensidão geográfica do Brasil.

E, da doação das terras feita por Antônio Malaquias Pedroso, surgiu um povoado, que, pelo trabalho dos novos imigrantes: italianos, espanhóis, árabes, japoneses..., tornou-se, após uma centena de anos, um polo agroindustrial importantíssimo, que atraiu migrantes de toda parte do país.

Dia 5 deste mês, comemoramos seus 127 anos de fundação. Quase nada resta do pequeno e pacato povoado de ruas não pavimentadas. Prédios gigantescos brotaram do seu chão fértil e nossas autoridades preocupam-se, hoje, com fatos do tipo “mobilidade pública e segurança...”

Nossa economia cresce. Hoje, Sertãozinho é uma das 10 melhores cidades para o setor industrial.

Enfim, chegou-se à modernidade e já não somos mais apenas um pequeno povoado restrito às suas próprias coisas, seu próprio modo de viver. Hoje, nossos gestores buscam as soluções dos nossos problemas de uma forma mais ampla, que atinja um macrossistema.

Nossa cidade cresceu, modernizou-se e, hoje, está inserida no mundo globalizado. Nossas indústrias já plantam seus pés em outros países. Até na própria Europa e Estados Unidos estamos colocando escritórios e unidades fabris. Vendemos produtos e tecnologia própria para o mundo todo. Atraímos profissionais de outros países interessados em trabalhar nas nossas empresas. No campo da arte e educação, também somos destaques. Banda Marcial da Juventude, ”Os Rabugentos” e outros grupos teatrais que fazem grande sucesso pela região, Cacá, Andréa, Wladimir, Adriano com seus grupos de dança ... E por que não citar nossa ORQUESTRA JOVEM DE SERTÃOZINHO e sua irmã STZ JAZZ BAND despertando novos talentos musicais e levando emoções ora no coreto da nossa Praça 21 de Abril, ora no Teatro Municipal?!

Enfrentamos as crises criadas por outros com galhardia e competência. Continuamos buscando novos mercados mundo afora e..., mesmo assim, quando vamos para algum lugar não muito distante daqui, ainda ouvimos a pergunta de sempre: “ah, e onde é mesmo essa cidade?”

Esta cidade é aqui, ó!... Onde eu vivo e moro e trabalho e produzo! É aqui: em Sertãozinho!

QUE VENHA 2024!!!!!! Porque haverá muito mais !!!!!!!!!!