A hora e a vez da Ucrânia

07/03/2022

Começamos este artigo no dia 27. É evidente que, do dia 27 até a publicação desse artigo, muitas coisas vão ocorrer. No entanto, podemos saber muitas coisas a partir dos estudos dos especialistas, como, por exemplo, que não haverá uma terceira guerra mundial, que é o grande medo. Outra coisa: a Ucrânia foi praticamente abandonada pela OTAN, que não vai mandar soldados, nem pelos EUA, pois isso daria ensejo a uma terceira guerra mundial, o que ninguém deseja.

Logo, a solução terá que ser “diplomática”.

Putin preparou-se para essa guerra, durante, no mínimo, 8 anos. Guardou reservas em dinheiro, preparou soldados e fez uma superaliança com a China (o grande terror do mundo ocidental). Os EUA de Joe Biden não têm a sua população favorável a uma guerra como a do Afeganistão, da qual saíram prejudicados. Talvez Biden tente asfixiar a Rússia economicamente, mas isso levaria muito tempo. É só lembrar que os EUA vêm tentando “matar” a economia do Irã há décadas sem sucesso, pois os próprios aliados americanos furam o bloqueio.

No caso da Rússia, é preciso estudar as posições do presidente da França e do primeiro ministro da Alemanha. Portanto, podemos nos preparar, “possivelmente”, para uma longa guerra, na qual os primeiros a sofrerem são os ucranianos, cujo terror assistimos dolorosamente na TV.

O outro problema nos atinge diretamente: são os preços das commodities e do petróleo, e parece que foge à nossa lembrança que estamos vivendo uma pandemia. Os EUA têm um jeito bastante doloroso de machucar o Putin: economicamente, se retirá-lo do acordo de Swift, que o impediria de mover seu dinheiro com os bancos ocidentais. Isso seria um golpe fatal. No entanto, precisamos pensar: Putin deve ter se preparado pra isso e já deixou claro que não vai entregar a Ucrânia. Mas isso será inevitável caso ele sofra uma grande derrota, que envolveria até mesmo perder as eleições na Rússia.

Então, meus leitores e leitoras, estamos diante de um novo tipo de guerra, a “guerra do século XXI”, o que torna os próximos eventos extremamente importantes e, ainda, imprescindível acompanhar os movimentos da ONU e da OTAN, que até agora não mostraram nenhuma atitude realmente de peso favorável ao povo da Ucrânia. Terminamos esse artigo na esperança que estejamos errados.

 

Prof. Egydio Neves Neto

Prof. Renata Neres