4ª edição “Do Solo à Xícara”, em Pardinho, tem palestras e valorização da Cuesta Paulista

Evento foi realizado no sábado (25), no sítio Daniella, e contou ainda com a premiação dos produtores no concurso de cafés especiais “Cuesta Paulista”

A 4ªedição do evento “Do Solo à Xícara”, no sítio Daniella, em Pardinho, no sábado (25), uniu pesquisa acadêmica e conhecimento científico, palestras sobre café e premiação do 7º Concurso de Cafés Especiais Cuesta Paulista. Além de contar com expositores da região com mel, cerveja, artesanato, sabonetes e aromatizadores, vinho, doces e, claro, café.

Daniella Pelosini, presidente do Sindicato Rural de Pardinho e anfitriã, abriu o evento dizendo que gastou muita sola de botina e pneu de carro para aprender — e que segue aprendendo — sobre o cultivo do produto que ama. “Hoje, tenho condições de receber vocês aqui, pertinho, e com um dia repleto de conteúdo. Abrir nosso quintal de casa para um evento desse é motivo de orgulho, como é também de enorme gratidão”, afirmou.

Ela agradeceu aos presentes, a cada um dos patrocinadores e enfatizou que não se faz nada sozinho, nomeando toda sua equipe, em especial a coordenadora do sindicato, Luciane Correia. “Tenho de agradecê-la, porque sem ela isto seria impossível de acontecer.”

Pedro Lucchesi, diretor 1º tesoureiro, representou Tirso Meirelles, presidente do Sistema Faesp/Senar, realizador e patrocinador do evento.

“Um encontro como este é sinal de sucesso e de bons negócios aos produtores e produtoras da Cuesta Paulista. O Sistema Faesp/Senar acredita que eventos assim impulsionam a economia local e colocam a região ainda mais em evidência como uma das rotas de turismo paulista a ser visitada”, afirmou.

Palestras e Debates

Como parte da programação e da integração de conhecimento e cultura, o encontro também teve a divulgação da 3ª reimpressão do “Atlas Cuesta”, sob os cuidados do Instituto Itapoty. Jorge Martins, presidente do instituto, contou sobre o objetivo pedagógico e a divulgação do conteúdo, especialmente em escolas.

“Quem não conhece, não preserva”, disse. “Este Atlas é mais que uma ferramenta educativa, é também um livro onde organizamos as informações ecológicas da Cuesta Paulista para moradores, produtores e toda a sociedade brasileira.”

Em seguida foi a vez do engenheiro agrônomo e diretor da Experimental Agrícola do Brasil/illycaffè, Aldir Alves Teixeira, apresentar “Os 10 Mandamentos da Qualidade Illy”, onde explicou a uma plateia de produtores e produtoras de café quais são os requisitos e as exigências da renomada marca italiana de cafés.

Diego Siqueira, também engenheiro agrônomo pela UNESP, cofundador da Quanticum empresa de tecnologia em solos apoiada pela FAPESP e professor no programa de extensão continuada SOLLOAgro, da ESALQ-USP, ministrou a palestra “A Medida da Terra: Do Solo ao Volume da Qualidade de Cafés”.

Professor de Agricultura Digital e Nanotecnologia aplicada a Biosoluções, Diego trouxe pesquisas e artigos que mostram os diferenciais dos grãos naturais do solo chamados de “tipos de argila” — 500 mil vezes menores do que um grão de café — e como os produtores podem extrair o melhor emprego deles e potencializar suas lavouras.

Também contou de como a tecnologia de diagnóstico do solo se tornou a primeira patente da América Latina na linha e como se conecta com o tema dos Ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 2025.

Reconhecimento

Após o intervalo para o almoço houve o debate “A busca por uma Identificação Geográfica para cafés: potencialidades e desafios na Cuesta Paulista”, onde Daniella Pelosini, os técnicos José Romeu e Marcelo Gasparotto e Gustavo Matarazzo, professor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP – Campus Avaré), discutiram as oportunidades e os desafios da região.

Coube ao professor do IFSP apresentar uma pesquisa realizada com moradores da Cuesta e resultados qualitativos a respeito. Ao final, ele sintetizou a importância do tema. “Identificação Geográfica não traz só ágio, traz proteção, qualidade e promoção territorial.”

Cristiano Camargo, prefeito do município de Pardinho, destacou que o cuidado com o evento ao juntar conhecimento científico, palestras, debates, exposição de produtos e premiação de cafés é muito importante, pois reforça a potencialidade da região, como rota turística, além de levar oportunidades e fomentar a economia local.

“O café de Pardinho, por exemplo, agora não é só representado em nível regional, aqui, na Cuesta. Com a missão dada pelo governador Tarcísio de Freitas e pelo secretário de Agricultura, Guilherme Piai, Daniella nos representa em todo o estado, e porque não no país, levando e promovendo os cafés especiais da região”, afirmou.

A anfitriã da 4ª edição do “Do Solo à Xícara” enfatizou que o evento é uma oportunidade de todos e para todos. “Acho importante a gente trazer e mostrar tudo que a nossa região tem de melhor — o artesanato, o vinho de Bofete, a cachaça de Torre de Pedra, os aromas da Ditaflora, que eles pegam pontos turísticos e colocam dentro de vidrinhos com aromas que que lembram a infância das pessoas que conhecem a região, todas essas coisas são parte da Cuesta Paulista e o Brasil precisa conhecê-las”, concluiu.

“Alguns anos atrás, aprendi um ditado africano com uma amiga e ele reverbera aqui. ‘Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado.’ Adoro ir junto. Então, a gente juntando todas essas coisas fica mais forte e podemos ir longe.”

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