AMÉRICO PERIN

21ª Feira do Livro de Sertãozinho reflexões
15/09/2025

Há quem diga que está próximo o fim do livro impresso. Não creio. Só quem já saboreou uma boa leitura sabe do enorme prazer que é folhear pausadamente um livro, degustando cada palavra, juntando-a às outras e interpretando o conteúdo proposto pelo autor.

Contudo eu diria que nada impede que as publicações doravante possam ser em papel e também disponibilizadas online, (de graça?), para que as pessoas possam prová-la – como dizem os franceses, uma degustação. Talvez essa fosse uma solução para um dos problemas, especialmente para autores que estão começando, pois não raramente, eles não conseguem emplacar livros nas lojas – quem está começando na área da música gravada também padece do mesmo problema. Os lojistas não exibem as obras, e ninguém fica sabendo delas. O marketing online pode ser um caminho para impulsionar a venda do livro impresso ou de um bom CD.

Mas falando dos livros, de modo algum ainda é hora de abandonar o papel. Apesar de tudo que se diz em contrário, as estatísticas mostram que o número de livros impressos no mundo está aumentando de forma fantástica! A cada ano surgem novos títulos, e impressos! Cerca de um milhão de títulos novos por ano são lançados no mercado. Isso prova que, falar-se que o

livro impresso está morrendo, é uma loucura. O livro impresso é uma invenção maravilhosa e ele funciona tão bem há tanto tempo. O que pode acontecer e vai com certeza acontecer, é a coexistência dos livros híbridos: impressos e eletrônicos.

Uma mídia não substitui outra. A história mostra isso com clareza. Veio o rádio e não matou os jornais, veio a TV e não matou o rádio. Agora, veio a internet e a TV está aí firme e forte, com grande audiência.

É inegável que a internet é uma boa novidade e acredito que ela tem condições de democratizar a informação. Contudo há que se buscar formas para preservar os direitos autorais que ainda não estejam no domínio público. Atualmente uma obra passa ser de domínio público a partir de 70 anos da data do falecimento do autor. Talvez isso pudesse ser revisto dada a velocidade com que a informação acontece hoje em dia, proporcionando o descarte dos interesses muito rapidamente, coisa que parece inerente aos tempos modernos...

Então temos aí outro problema, um aspecto que talvez seja mais danoso, atualmente, para se criar o hábito da leitura nos nossos jovens. A ansiedade pela velocidade na busca de palavras por parte dos estudantes, fato criado sem dúvida pelos hábitos da internet. E isso produz superficialidade. Eles nem sempre leem livros da capa à contracapa. Eles se atêm somente ao que acham relevante. Isso descontextualiza a leitura, pois eles apenas pescam algumas informações e não entendem o livro como um todo. E, as consequências óbvias disso...

Então fica aqui o desafio para os professores: não só os de português, mas todos, pois como se aprenderá os diversos

conteúdos das demais matérias se os livros inerentes a elas não forem lidos na íntegra, pausadamente, degustando-se as palavras e juntando-as para se poder absorver a mensagem proposta pelo autor?

A nossa Feira do Livro deste ano teve um enorme fluxo de leitores, aconteceu no período de 3 a 7 próximos passados sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação e Secretaria de Cultura e Turismo, às quais parabenizo pela organização e grande esforço nos trabalhos realizados, pois não faltaram obstáculos a serem vencidos.

A cerimônia de abertura foi prestigiada por grande número de autoridades e também pelos escritores homenageados. Um brilho adicional foi dado pela ORQUESTRA JOVEM DE SERTÃOZINHO, que galhardamente tocou os Hinos do Brasil e da Nossa Cidade, além de músicas do próprio repertório que foram muito aplaudidas pelo grande público ali presente.